14 janeiro 2006

Estranhamento

da vida me acostumando a ser, por vezes, torno
à sensação de completo absurdo

observo
da harmonia insuspeitada de ontem
o que resta agora é o choque, a repulsa
o desencaixe das engrenagens

a roupa que visto não me serve
e não há cor neste mundo que possa supor, hoje,
a minha alma

em cada palavra escuto um enigma
em cada olhar vejo a minha escuridão
em cada passo atropelo
o caminho

você fala comigo e eu me pergunto
quem de nós está enlouquecendo


hoje é o dia do meu estranhamento com tudo!

hoje é o dia em que eu nunca nasci
e nunca vivi

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