03 janeiro 2010

O Contato

nenhuma realidade desperdiçada

a pedra - dura, sólida - faz doer a mão que lhe faz carinho
a mão reconhece a própria pele ao tocar na pedra
a pedra pede para ser tocada com a voz da sua imobilidade
a mão precisa da concretude da pedra para ouvir seus sentidos
a pedra desafia a pele com sua resistência sem juventude
a mão descama sua delicadeza na efemeridade do contato
a pedra não tem nascimento nem morte
a mão tem o movimento