encontro
numa sombra nenhuma de teu corpo
o quanto és vivo, agora morto
ironia, perder é descobrir o quanto havia
mas não me culpes
não são minhas essas leis
nem tuas
estamos presos a uma lógica
absurda de nós mesmos
agora o tempo, ao te saber,
é todo volta
resgate, retorno
triunfo
do irrecuperável
- da pausa interminável levo apenas
um pentagrama exilado de futuro
onde a próxima nota é sempre
a negação da música
tua morte é tua única cartada de eternidade
de agora em diante
viverás de negar tua existência
dia a dia, ano a ano
memória onde vens morar segue teu rastro e é o tempo
do tempo de te desfazer
até que não existas mais
até que um dia nem tenhas nascido
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