22 outubro 2007

Sombra Nenhuma de Teu Corpo

encontro
numa sombra nenhuma de teu corpo
o quanto és vivo, agora morto

ironia, perder é descobrir o quanto havia

mas não me culpes
não são minhas essas leis
nem tuas

estamos presos a uma lógica
absurda de nós mesmos

agora o tempo, ao te saber,
é todo volta
resgate, retorno
triunfo
do irrecuperável

- da pausa interminável levo apenas
um pentagrama exilado de futuro
onde a próxima nota é sempre
a negação da música

tua morte é tua única cartada de eternidade

de agora em diante
viverás de negar tua existência
dia a dia, ano a ano

memória onde vens morar segue teu rastro e é o tempo
do tempo de te desfazer

até que não existas mais
até que um dia nem tenhas nascido

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